Ali Barbosa's profile

O tempo que nos sobrou, acaba de morrer - Ausência

O tempo q nos sobrou, acaba de morrer - Ausência
(PERGAMINHO - 2016)
As pesquisas desse projeto, foram realizadas na intenção de modificar a visão que se tem de objetos antigos no cenário atual em que vivemos. Onde muito se perde diante do disparate tecnológico entre mensagens e imagens trocadas entre os indivíduos. 


Nesta reunião de pequenas parcelas de fotografias analógicas, cartas, cartões postais e recados anexados, é possível identificar o sentido ao que se propõe o projeto, que resgatam-se memórias e através dela é permitido entender como elas dialogam entre si, ao mesmo tempo que se distanciam ao ponto de não entender qual a ligação real entre elas.
 
Através dessa fração de objetos afetivos recolhidos, é involuntária a investigação com um olhar mais apurado ao tempo em que as fotografias foram feitas e as cartas foram escritas, e a relação entre elas. Foram tomados como pontos de partida importante, textos como os de 
Richard Salked, do livro ‘Como ler uma fotografia’ (2014) e também de "Filosofia da Caixa Preta - Ensaios para uma futura filosofia da fotografia" por Vilém Flusser, escrito em 1983; que, mesmo usadas como bases iniciais, não necessariamente como uma defesa crítica do conjunto de materiais, torna-se mais abrangente a observação entre foto, escrita e espectador.


Contudo, ao contato físico direto com o material utilizado, a ligação direta entre tudo que foi recolhido, torna-se desnecessária, os objetos aqui aos quais são dedicados tempo, obtêm um a intensificação variada após organizados sob novos prismas e conceitos.


Lembranças estão associadas a aspectos psicológicos e físicos, sendo assim, ambos levam às sensações de eternidade diante das coisas. O ser humano tende ao adeus, às despedidas, a qualquer momento de sua vidas, porém, as memórias permanecem, sejam em forma de objetos ou sentidos; através disso podemos reviver historias e fatos.

Formas estas, que se surgem através de frases escritas, sons ou fotografias, por exemplo, trazendo à tona, muitas vezes, àquilo que já não existe mais, seja essa existência baseada em morte, sentimentos, tempos, significados s etc. Dessa maneira, é fundamental a interação entre espectador e objeto, para a existência de um novo sentido após criar uma relação entre eles.


Caro leitor, a fotografia é a coisa mais próxima de magia em forma física e surreal que temos em mãos. Relacionar tudo isso faz com que possamos notar que o espaço entre o tempo e uma imagem podem ser muito curtos, muito embora tenha transcorrido décadas, ou até séculos entre eles. A importância da relação entre texto e imagem, mostra-se como um aparato indispensável para observamos o que nos trouxe até onde estamos hoje. Ao associarmos um passado morto e um futuro incerto, agregamos ao presente o sentido das coisas.
O tempo que nos sobrou, acaba de morrer - Ausência
Published:

Owner

O tempo que nos sobrou, acaba de morrer - Ausência

Published: